O indivíduo que tem PHDA, é inteligente, criativo e intuitivo mas não consegue realizar todo seu potencial em função do transtorno que tem 3 características principais: desatenção, impulsividade e hiperactividade (ou energia nervosa). Tem dificuldade em assistir uma palestra, ler um livro, sem que sua cabeça “voe” para bem longe perdida num turbilhão de pensamentos. Comete erros por falta de atenção
a detalhes, faz várias coisas simultaneamente, ficando com vários projectos, tarefas por terminar e a cabeça remoendo todos os “tenho que”. Quando motivado e/ou desafiado, tem uma hiperconcentração.
É desorganizado tanto internamente (mil pensamentos e ideias ao mesmo tempo), como externamente: mesa, gavetas, papéis, prazos, horários…
A impulsividade domina seu comportamento. Pode falar, comer, comprar, trabalhar, ficar em salas de bate papo da Internet, beber, jogar… compulsivamente. Fala e/ou faz o que lhe vem na cabeça sem pensar se é adequado ou não, podendo causar muitos estragos. Costuma ser impaciente, irritadiço, “pavio curto” e com alterações de humor. Muda com facilidade de metas, planos… é comum ter mais de um casamento ou relacionamento estável.
O PHDA é um transtorno neuropsicológico crónico, na sua grande maioria de origem genética. Apesar do PHDA atingir até 6% da população, é até hoje muito desconhecido, inclusive por muitos profissionais da saúde, que tratam apenas das suas consequências.
A falta do diagnóstico e tratamento correcto geram grandes prejuízos na vida profissional, social, pessoal e afectiva do indivíduo sem que ele saiba o porquê. Sem tratamento, outros distúrbios vão se associando (comorbidades), a auto-estima fica cada vez mais comprometida, e a pessoa vai se isolando do mundo, sentindo-se muitas vezes um “estranho fora do ninho”.